Começa a mostra internacional de cinema: conheça os destaques da arte contemporânea
Yayoi Kusama e Banksy são estrelas no evento paulistano. Tem até realidade virtual produzida por Laurie Anderson!
Cinéfilos que não se segurem: começa hoje a 42a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo e está aberto o período de internação dentro das salas da capital. São 315 filmes vindos de 67 países, apresentados entre 18 e 31 de outubro. A arte contemporânea é um forte mote da edição, desde o cartaz e vinheta até a seleção dos longas:
A VINHETA!
A artista Laurie Anderson (@laurieandersonofficial) assina a vinheta da mostra que é, na verdade, um trecho de uma obra assinada por ela e o taiwanês Hsin-Chien Huang. The Chalkroom (a sala de giz-de-cera) é uma produção em realidade virtual, na qual Laurie criou um espaço preto, cheio de corredores estreitos e escritos nas paredes, onde o público pode sobrevoar letras e palavras que, ora viram desenhos, ora esculturas. A produção não só participou do festival de cinema de Veneza em 2017, como foi ganhador de melhor experiência em realidade virtual. Viúva de Lou Reed, a artista americana começou sua carreira com trabalho de performance e composicão musical. Outro filme feito por ela é o documentário Coração de cachorro.
É CINEMA, ARTE CONTEMPORÂNEA OU VIDEOGAME?
As fronteiras entre as linguagens e expressões na arte contemporânea são quase impossíveis de serem delimitadas. Festivais como o FILE – Festival Internacional de Linguagem Eletrônica (@filefestival), mostram como uma mesma produção pode fazer parte das três classificações. O que interessa mesmo é a relação do espectador com a produção (aqui um público menos passivo e mais ativo por meio da realidade virtual) e de que maneira ele absorve a experiência proposta por trabalhos como The Chalkroom. Defina você mesmo: as sessões são gratuitas e acontecem de hora em hora, entre 14h30 e 21h30, ate 18 de dezembro no Anexo Cinesesc, o novo espaço cultural de São Paulo.
SOBRE O MERCADO DE ARTE
As sessões do filme O homem que roubou Banksy prometem ficar lotadas depois da polêmica sobre sua obra triturada no leilão da Sotheby’s, no dia 5 de outubro. O mistério sobre a figura do grafiteiro é, por si só, um chamariz para produções que tentam se aproximar do seu universo. No documentário do italiano Marco Proserpio, uma das obras em estêncil feitas pelo artista nos muros da Cisjordânia é recortado pelo taxista Walid e vendido no eBay. Já O preço de tudo, do americano Nathaniel Kahn, reúne depoimentos de ícones da arte atual, como o americano Jeff Koons (@jeffkoons) e o alemão Gerard Richter, que assinam algumas das obras mais caras do mundo, para falar sobre a precificação de obras de arte. O assunto inesgotável e dificílimo de acompanhar é, também, um dos mais interessantes quando o tema é a arte atual!
Leia mais: Quem dá o valor da obra de arte?
ALÉM DAS BOLINHAS
Já o documentário Kusama – infinito conta sobre a vida interessantíssima da japonesa Yayoi Kusama (@yayoikusamas) que, por falar em dinheiro, é a artista viva mais cara do mundo. Com quase 90 anos de idade, ela vive num hospital psiquiátrico por vontade própria desde 1973 e produz incessantemente. A diretora americana Heather Lenz, que vem produzindo o longa desde 2001, vai muito além do que as bolinhas que vivem sendo fotografadas nas suas exposições, registrando desde a infância no Japão, a proibição pela própria mãe de produzir trabalhos artísticos e o casamento arranjado, até a mudança para Nova York e o feliz encontro com artistas consagrados como Frank Stella e Donald Judd. Para entender mais sobre a arte contemporânea só o BIGORNA e o cinema!
Entenda a polêmica do Banksy: a obra triturada perde ou ganha valor?
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